03 fevereiro, 2009

Apenas uma conversa...

O que faz de mim humano é minha capacidade de abstrair meu instinto em um momento social como este. Meu ímpeto assassino de estraçalhar o filho da puta, chutá-lo, esmagá-lo e atirá-lo deste décimo terceiro andar, necessita de um doloroso auto-controle para ser refreado. Mas não cometerei o mesmo erro novamente, não senhor. Isto já foi além dos limites.

O meu ponto é, o que faz de mim um ser tão brutalmente preenchido pelo ódio? Mantenho minhas faculdades mentais o suficiente para saber que estou ficando louco. Não é a sede de sangue ou outro destes motivos clichês - é a vontade de destruir fisicamente algo que representa a destruição que me foi feita. Alma em pedaços também já é clichê demais... Eu diria apenas que perdi minha consideração pela vida destes homens e mulheres à minha volta. Perdi o meu espírito católico de viver e deixar viver. Católico? Hm, deixe para lá. Enfim...


Minhas mãos tremem. O que me faz voltar ao meu questionamento - que força sobre-humana enche o coração e as vontades de um homem com o mais puro ódio? O reflexo desta decadência triste a que meu mundo chegou? Seu mundo pode ser diferente, mas isso provavelmente indica que você não vive onde eu vivo. Não teve o que eu tive. Não passou o que passei. Ainda assim, me pergunto - você também estaria assim? Controlando o tremor de suas mãos, segurando um copo de champanhe, observando avidamente a um homem sujo, como uma águia que observa ao longe a presa sem qualquer piedade? É realmente inevitável ficar assim após o que passei? Ou esta é, na verdade, uma escolha minha, e mascaro para mim mesmo como inevitável e incontrolável pelo medo de assumir que sempre fui um assassino?

Psicologias demais, não é mesmo? Hora da ação. Talvez eu veja você por aí, outra hora. Você certamente me verá.

Um comentário:

Yirn disse...

tenho vontade de fazer isso de vez em quando...