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19 dezembro, 2007

Pra posteridade - Último passo

Como o ser humano costuma dramatizar a vida... O que foi acontecendo no decorrer do desenvolvimento da minha pequena “novela mexicana” foi isso. Transformei uma situação simples num épico televisivo. Engraçado como é que eu estou tão ligado, quase não dá pra segurar. Lembra que eu tinha parado de fumar? Esquece, nesse momento um Marlboro voa pra minha boca. Acendo o cigarro com o prazer de um orgasmo e me sento no parapeito do edifício recapitulando alguns momentos da minha vida... Ver, conhecer, interessar, ficar, namorar, enlouquecer, separar, enlouquecer, chorar, pensar, pensar, pensar, esquecer os pensamentos e agir. Boa recapitulação. Ih, o cigarro acabou... Ela acordou e me fita com um olhar apavorado. A mordaça não a deixa falar e nem preciso ouvir nada. Será que vaca voa?

Noticiário das 10: Moça de 20 anos se joga de edifício em pleno centro da cidade.

02 outubro, 2007

Pra Posteridade – 2º passo

Muitas vezes o encosto de uma cadeira pode ser pior que uma parede de espinhos. Pois, sendo a caneta, muitas vezes, um algoz mais doloroso que a espada afiada, a angústia aumenta a cada segundo pensado. O que escrever? Deixar alguma mensagem pra um ser amado (acho que não, por isso estou nessa situação)? Pedir desculpas por erros cometidos? Mandar um beijo pro meu pai, pra minha mãe e pra você (coisa estúpida)? Tantas coisas passam pela cabeça... Coloco um Black Sabbath pra tocar, Into the Void, me ajuda a pensar. As pessoas ficam mais idiotas com o tempo. Poucos pensam em liberdade, levando sua vida como gado divino, pastando no mar de lama até o dia do abate. Ah, sim, finalmente comecei a pensar. O uivo do vento chegou aos meus ouvidos, aumentando ainda mais minha gana por escrever e escrever. Sempre fui razoável no quesito escrita; polido e criativo com as palavras. Deixo quatro páginas inteiras... Será que alguém vai encontrar? Puxo minha carteira de cigarros... Ironicamente, tem apenas um, semi-fumado; resolvo parar de fumar. Foi dado o segundo passo. Continuo com sorte, acho.

09 agosto, 2007

Pra posteridade - 1º passo

O vento passeava pelo meu rosto e seu uivo entre os prédios era como música. O beiral do edifício estava sob meus pés, sólido como o próprio chão da calçada em frente. Chegar até ali foi um exercício de força de vontade, mas o primeiro passo deveria ser dado. Nunca na minha vida algo se tornara tão palpável quanto essa necessidade que surgira. Chegar a esse ponto, para muitos, é loucura, para outros tantos, covardia... Alguns chamam de coragem... Eu chamo de alívio. De liberdade. O primeiro vôo de um pássaro, a primeira caçada de um guepardo, a primeira transa de um adolescente. Só que a sensação seria única... A lua me olhava severa... Severa ou sorridente? Depende do ponto de vista. Eu sempre a vi como uma matriarca mandona, daquelas que regulam seus dependentes de formas bem severas. Coitadas das estrelas. Com o fim do cigarro eu dou um passo para trás. Como foi dito antes, o primeiro passo foi dado e mais dois estavam por vir. Boa sorte pra mim.