A cidade-estado capital de Imperior ficava localizada a pouca distância do espaço-porto terráqueo. Suas belíssimas torres de rocha calcárea e vidro se avolumavam majestosamente por entre as nuvens e o palácio real era facilmente identificável, no centro da cidade. Bolthagar achou estranho não ter uma recepção mais calorosa por parte do pai, pois este, mesmo com seus atritos, o consagrara herdeiro legítimo do trono. Apenas os cidadãos comuns, quando o reconheciam, davam boas vindas.
À medida que se aproximava do palácio, observava que cada vez menos drakonianos comuns eram vistos nas ruas e mais soldados circulavam. Uma tropa aproximou-se voando e o abordou de forma abrupta:
- Não deve se aproximar do Palácio de Drakon!
- Mas... Sou eu, Bolthagar. Acabei de chegar.
- O herdeiro! Perdão, senhor, mas temos ordens expressas do próprio imperador de manter a população afastada.
- Algum motivo?
- Nada nos foi informado, senhor. Faremos tua escolta até o palácio, se nos permitir?
Bolthagar não discordou e continuou seu vôo, agora acompanhado. No deck de pouco, pôde avistar o conselheiro Prior, grande amigo de seu pai e detentor das leis de Drakonis. Era conhecido pelo senso de justiça apurado e pela memória eidética, sendo que nada lhe escapava. Escamas brancas reluzentes formavam um estranho conjunto losangular que partia de sua fronte até a metade de suas costas, tornando-se azuis a medida que se afastavam da origens, revelando idade um pouco avançada. Seus olhos diminutos era dourados, dando-lhe um ar quase oriental, comparando com padrões humanos.
Seus braços abertos, em sinal de alta estima, denotavam a boa recepção que Bolthagar esperava ao chegar. Este pousou, recolheu as asas, curvou-se perante seu amigo, esse o maior sinal de respeito na cultura drakoniana, apenas para ouvir:
- Levante-se, Bolt. Dê-me um abraço.
Ergueu-se e abraçou seu amigo. Bolthagar a muito transformara Prior em seu confidente e este ajudara o herdeiro a preparar sua viagem, convencendo Drakon que o conhecimento adquirido pela filho seria usado em prol do império. Prior retribuiu o abraço, com um sorriso discreto, e Bolthagar notou que algo estava errado...
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22 agosto, 2008
16 abril, 2008
Imperior Drakoni
A chegada de Bolthagar a seu planeta natal foi discreta. Nada digna de sua graduação real, mas isso não o incomodava. Ser príncipe de Drakonis o propiciou essa viagem, para fim de absorção de conhecimento. Para seu pai não passava de uma desculpa sem fundamento, apenas para sair do planeta e desvirtuar-se, mas ele sabia ser persuasivo. A União Intergalática chegara a Drakonis e, mesmo com a resistência do imperador, instalara um posto avançado com intuito de servir de ponto de parada para grandes viagens. O posto era isolado, aumentando ainda mais a curiosidade dos drakonianos.
A estrutura sócio-político-econômico-cultural de Drakonis era simples, baseada em cidades-estado flutuantes, regidas por Imperior, sua capital e morada do rei e seu conselho. O solo das cidades é composto de uma espécie de rocha com baixíssima densidade que, aliada a uma atmosfera igualmente pouco densa, flutuam até certo ponto dessa atmosfera, criando, literalmente, enormes ilhas voadoras. Os drakonianos criaram um método de ancoragem dessas ilhas, formando assim suas fabulosas cidades. Tão fabulosas quanto seus moradores, criaturas reptílicas, semi-humanóides, dotadas de força sobre-humana e do mais invejado dom do universo, o vôo. Bem semelhantes aos chamados dragões das lendas terrestres; lendas essas que coincidem com certas lendas drakonianas de certos aventureiros que partiram com um visitante estelar, a muitos ciclos. Lendas à parte, os drakonianos possuem outra capacidade formidável aos olhos de outras raças: o dom do transmorfismo. Esse dom muito lhes convinha, pois suas enormes asas muitas vezes eram motivo de transtorno, frente à vida em sociedade.
Ser um transmorfo facilitou bastante a viagem de Bolthagar, afinal um réptil de três metros de altura e asas de nove metros de envergadura tinha a capacidade de intimidar componentes de outros planetas e não era essa a sua intenção. Conhecer novas culturas, interagir com elas e viajar pelo espaço infinito são idéias que permeiam a mente de Bolthagar a muitos ciclos, desde que as lendas antigas de Drakonis foram contadas a ele por sua mãe. Ele era bem relacionado na corte, entre os conselheiros de seu pai, que sempre os ouvia quando da tomada de decisões importantes. Dessa forma sua viagem se concretizou.
Sua partida e sua chegada foram feitos pelo espaço-porto da União. Isolado e ao nível do mar, forma de seu pai mostrar aos povos de outros planetas que não são dignos de habitar suas ilhas. Bolthagar era muito diferente de Drakon V, seu pai; enquanto esse era um disciplina e rígido chefe de Estado, militar e intolerante com outras culturas, Bolthagar estudou o quanto pôde a sua e outras culturas interplanetárias, deixando sua formação militar de lado. Sua simpatia fazia com que as pessoas se aproximassem dele e sua empatia as deixava à vontade.
Após as despedidas características, Bolthagar alcançou a área externa do espaço-porto, revelando suas majestosas asas, coisa que lhe pareceu estranha, pois a vários ciclos não fazia. Alçou vôo, partindo em direção de Imperior e ao encontro de seu pai.
A estrutura sócio-político-econômico-cultural de Drakonis era simples, baseada em cidades-estado flutuantes, regidas por Imperior, sua capital e morada do rei e seu conselho. O solo das cidades é composto de uma espécie de rocha com baixíssima densidade que, aliada a uma atmosfera igualmente pouco densa, flutuam até certo ponto dessa atmosfera, criando, literalmente, enormes ilhas voadoras. Os drakonianos criaram um método de ancoragem dessas ilhas, formando assim suas fabulosas cidades. Tão fabulosas quanto seus moradores, criaturas reptílicas, semi-humanóides, dotadas de força sobre-humana e do mais invejado dom do universo, o vôo. Bem semelhantes aos chamados dragões das lendas terrestres; lendas essas que coincidem com certas lendas drakonianas de certos aventureiros que partiram com um visitante estelar, a muitos ciclos. Lendas à parte, os drakonianos possuem outra capacidade formidável aos olhos de outras raças: o dom do transmorfismo. Esse dom muito lhes convinha, pois suas enormes asas muitas vezes eram motivo de transtorno, frente à vida em sociedade.
Ser um transmorfo facilitou bastante a viagem de Bolthagar, afinal um réptil de três metros de altura e asas de nove metros de envergadura tinha a capacidade de intimidar componentes de outros planetas e não era essa a sua intenção. Conhecer novas culturas, interagir com elas e viajar pelo espaço infinito são idéias que permeiam a mente de Bolthagar a muitos ciclos, desde que as lendas antigas de Drakonis foram contadas a ele por sua mãe. Ele era bem relacionado na corte, entre os conselheiros de seu pai, que sempre os ouvia quando da tomada de decisões importantes. Dessa forma sua viagem se concretizou.
Sua partida e sua chegada foram feitos pelo espaço-porto da União. Isolado e ao nível do mar, forma de seu pai mostrar aos povos de outros planetas que não são dignos de habitar suas ilhas. Bolthagar era muito diferente de Drakon V, seu pai; enquanto esse era um disciplina e rígido chefe de Estado, militar e intolerante com outras culturas, Bolthagar estudou o quanto pôde a sua e outras culturas interplanetárias, deixando sua formação militar de lado. Sua simpatia fazia com que as pessoas se aproximassem dele e sua empatia as deixava à vontade.
Após as despedidas características, Bolthagar alcançou a área externa do espaço-porto, revelando suas majestosas asas, coisa que lhe pareceu estranha, pois a vários ciclos não fazia. Alçou vôo, partindo em direção de Imperior e ao encontro de seu pai.
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