19 fevereiro, 2007

Fuga.

Numa explosão de adrenalina e pavor eu corri. O máximo que pude. Corri como um louco pelo meio das árvores, tropeçando em raízes, cortando minha pele e carne nos galhos dos arbustos. E quanto mais eu corria, mais tinha a sensação de insegurança. Parecia que eu não me afastava, muito pelo contrário, parecia que eu estava mais e mais perto. Respirar já era secundário, minhas pernas iam no automático e o cérebro já não funcionava corretamente. Vi uma luz. Não sabia a que distância, mas parecia alcançável. Acelerei, se é que isso era possível, mais e mais, até perder completamente o fôlego e cair num chão úmido e coberto por folhas. Me pus de joelhos, tentando sorver o ar com força. Meus pulmões se encheram e me ergui voltando a correr desenfreadamente. A luz se aproximava e já era possível ver alguns postes. Mais alguns metros e cheguei ao estacionamento de um bar. Era onde conseguiria ajuda contra meu perseguidor. No primeiro passo dado dentro do estacionamento, detrás de uma van, surge ele. Meus olhos se arregalaram: “Como pôde chegar aqui...?”. Ele se aproximou, sempre com aquele sorriso sarcástico nos lábios:

- Sabe que não pode fugir de mim...

Era eu mesmo... Sempre me forçando a fazer coisas que não queria. A resistência era inútil, sempre... Essa sina me perseguia e me mantinha vivo. Saquei o machete preso à minha jaqueta e fui para o bar, em busca de mais vítimas...

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