30 setembro, 2006

Eu, zumbi... ou Ainda dá pra beber cerveja - 2ª parte

“Bar Bicho Zé, hoje festa de Halloween com a banda Inferno Ardente!!!” dizia na entrada do bar. As criaturas mais horrendas começavam a se amontoar em frente ao bar. A chuva cessara e as pessoas chegavam para a festa. “Que ironia, Halloween, hoje?” pensou Marcos enquanto se dirigia para o bar. Zé era um colega antigo, de tanto freqüentar o bar acabou por criar um vínculo, apesar de não vê-lo há alguns anos. Vampiros, bruxas, lobisomens, frankensteins, zumbis, Jason, Freddy, enfim, tudo o que é criatura das trevas estava lá.
Procurou dinheiro nos bolsos... “Quem iria enterrar alguém com dinheiro?” Depois da idiotice feita resolveu se aproximar do bar. Nenhuma pessoa conhecida. Mas, e se encontrasse alguém conhecido que soubesse de sua morte? Tudo ficava mais confuso com o passar do tempo e também surgia uma espécie de náusea... “Náusea? Caralho, vou vomit...” Foi o tempo de correr e alcançar uma árvore:
- Bleargh!!! Coff, Coff... UUaaarrrrrr!!! – e saiu um misto de algodão, sangue e pus.
- Só me falta essa... Nem morto eu me livro disso... E que porra de algodão é esse?
E lembrou-se dos filmes de terror, quando os sujeitos dos necrotérios enchiam os mortos com algodão, para que o caixão pudesse ficar aberto no velório. “Será que eu vou ter que comer carne humana? Ou cérebros?”. Aqueles vários filmes de terror só haviam criado mais e mais dúvidas sobre sua atual condição. “Ah, foda-se, vamos nessa!” pensou, voltando a caminhar na direção do bar, sempre seguido pelo cão.
A banda já começara e, por ironia, tocava “Digging the grave”. O instrumental era bom, mas o vocalista não prestava. Marcos sempre quis montar uma banda, mas como não tocava nada, nunca levou a idéia pra frente. “Digging the grave, i got it made...”. A música continuava e a imaginação fluía até o tapa nas costas. A poeira do terno levantou e Marcos virou-se:
- Há quanto tempo, camarada!! – era Zé e um inseparável copo de vodca. Uma camiseta do Motorhead e uma carteira de Hollywood também faziam parte do pacote. Enquanto a mulher e o irmão tomavam conta do bar, Zé fazia sua ronda costumeira. Todos respeitavam-no transformando o ambiente num lugar violento e sem brigas (entenda como quiser).
- Fala Zé, beleza? Faz tempo que não venho aqui... Tava meio, cansado.
- Pois é, tu tem que aparecer mais... Vai beber nada não?
- Porra Zé... To sem grana...
- Ah, foda-se, depois tu acerta! Pedro, libera a cerva pro cara e anota!
- Valeu Zé.
A birita estava garantida. Mas será que beber era uma boa opção? Pedrão, sempre pouco simpático, abria aquela Skol gelada enquanto resmungava algo. Helena, a mulher de Zé, acenou do caixa, enquanto anotava a primeira cerveja.
Tudo correu tranquilamente no resto da noite. Não encontrou nenhum amigo e todos elogiavam sua “fantasia”. No fim do show, algumas pessoas foram embora, algumas ficaram. A grande notícia era que a cerveja continuava fazendo efeito, a má era que ir ao banheiro ficou mais costumeiro. Marcos foi dar uma olhada lá fora, pra ver as pessoas, se esquecendo um pouco do que estava acontecendo consigo. Um pouco mais adiante, avistou Maine. Uma garota com quem tinha um relacionamento esquisito que os dois gostavam de aproveitar. Ela também o viu. E ela tinha ido ao seu enterro...

Obs.: As marcas usadas aqui não foram autorizadas... Mas eu consumo as tais e garanto que são das melhores.

3 comentários:

Anônimo disse...

Porra mermão, escreve mais ai contos desse tipo!
Abração
Fábio

Anônimo disse...

Tá muito bacana, cara
vê se não pára por aqui. Tô esperando a continuação.
Abraço
André

Anônimo disse...

Cara daeh blz Aqui é o Kbça..
tudo certo??
hauhauauh
Bixo do caralho essa história...
personagem muito loko...hauha
continua ai cara nao para não...
abraço ai cara temos que marcar
outro almoços daqueles hein..
flw...