18 janeiro, 2010

Zero - Responsabilidade

“Foi inevitável... Algum louco fatalmente erraria... E esse errou feio...”

Noticiário das Seis:

- A perseguição pelas ruas do centro da cidade foi intensa e o atirador conseguiu fugir. Estamos aqui com o Comandante Alighieri, responsável pelo esquema de segurança do Fórum e adjacências. Comandante, como o senhor explica esse tiroteio quase dentro do júri, sendo que havia um esquema de segurança enorme montado?
- Como eu sempre digo, repórter tem que ficar de fora... Mas como todo mundo fica atrás de publicidade gratuita, é nisso que dá. Aquele infeliz mascarado estava misturado com vocês...” – e sai andando.
- Essa foi a declaração pouco amigável do Comandante Alighieri, responsável pelo fiasco que foi a segurança do julgamento de Sandor Claw, absolvido da acusação de tráfico de drogas, depois de 3 meses no banco dos réus e 2 assassinatos entre os jurados. A contagem de corpos de hoje está em 5, sendo 2 jornalistas, 1 cidadão comum e 2 policiais, além de Sandor e seu advogado feridos. Aqui é Clare Hire para o Noticiário das Seis.

CORTA

“Tenho que correr! Correr!... O que foi que eu fiz!!! TINHA QUE SER FEITO! Eu sou Zero... Um dos Zeros... Vou continuar a matar criminosos... Eles mataram minha família no parque...”
Os pensamentos se atropelavam, misturados com adrenalina e serotonina em movimento. Frank não agüentou ver o algoz de sua mulher e seus filhos caminhar para a liberdade. Tudo tinha sido planejado e deu certo. Pelo menos em parte... Não sabia atirar. Era um bombeiro, da 5ª guarnição norte e bombeiros salvam vidas e não as tiram.
“AAAAAAAAHHHHH!!!”

CORTA

“Maldito sujeito. Eu avisei.”
Perseguir o falso Zero e se desvencilhar dos policiais era simples. Quando esses perderam a pista, envolvidos pelos becos mal definidos do centro, ficou ainda mais fácil.
“Sistema patético...”
O bote estava próximo. O Falso parou para respirar num beco sem saída. Erro comum e fatal. Zero saltou do segundo andar da escada de incêndio, com os dois pés sobre o ombro direito, rachando a escápula e deslocando o braço vinte centímetros. O Falso desabou, levando cerca de 3 segundos para gritar devido à dor lancinante.
Zero caíra de pé:
- Sabe o que fez??
- Ze-zero...? – ainda tonto
- SABE O QUE FEZ???
- Sim, vinguei minha família...
- ... – Zero retira do bolso um smatphone, liga-o na recepção de TV e aponta para o Falso.
- ... famílias dos dois policias já foram informadas do incidente e o IML ainda aguarda a identificação do cidadão desafortunado que passava por ali no momento do tiroteio. Faremos luto pelos companheiros de profissão Jim Cage e Jose Hernandez, respectivamente, repórter e cameraman do canal 12. Condo...
- Deus... Eu fiz isso?
- Sim... Tem noção de sua irresponsabilidade?
- E-eu não queri...
- Não queria... NÃO QUERIA!!! Acha que eu quero? Que não tenho que tomar o máximo de cuidado possível para que não haja nenhuma baixa? Nenhum efeito colateral, como eles chamam... Você é o que? Alguma espécie de louco?!?!
- Olha quem fala. Um sujeito que anda por aí, fazendo sua própria lei... Por que não posso fazer o mesmo?
- RESPONSABILIDADE!!! É o começo e o fim de toda vingança... E tomar minha face.
O rosto de Frank já estava tomado por lágrimas, tanto da dor física, quanto pelo remorso da morte dos inocentes.
- Eu só queria vingar minha família... Não é justo... Sandor está solto...
- E vivo....
- Vivo?
- Sim... Vivo.
- Meu Deus...
- Rogue por ele...

CORTA

Noticiário das 9.

- A emergência foi chamada e teve uma surpresa ao encontrar o bombeiro civil Frank House com um ombro, pernas e mãos quebradas no lugar conhecido como Beco da Morte Incerta. Semi-inconsciente, quando encontrado balbuciava a palavra “zero” e tinha um papel pregado em seu peito que dizia: Eu avisei. Sejam responsáveis pelos seus atos. Este não é um Zero.

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