02 outubro, 2007

A História dos Kobolds from Hell - parte 2

Após o pagamento da conta de Baltek, os quatro recém conhecidos procuram pela missão de cura dessa cidade. As missões são formadas por sacerdotes que possuem o poder sagrado de curar ferimentos e enfermidades. Yirn e Reggie conheciam bem a cidade e já haviam sido medicados nessa missão. Enquanto caminhavam, Simon e Baltek debatiam sobre as importâncias de seus respectivos deuses na vida cotidiana de cada um, tentando se convencer mutuamente a mudar de religião; Blackstone prestava atenção em cada palavra, mesmo sem entender a maior parte delas e Reggie, com uma impaciência peculiar, tentava mudar o assunto, sem muito sucesso.

Cruzar as ruas de Tetris fazia com que as pessoas cumprimentassem Blackstone e Butcher, pois rúgbi era um esporte muito admirado na cidade.
Yirn deixava-se abraçar pelas mulheres e apertava a mão dos homens, dando maior atenção para as crianças. Apesar de extremamente alto, quase dois metros e meio, para a média humana e forte beirando a truculência, ele possuía feições mestiças, com sobrancelhas grossas e olhos finos e verdes, contrastando com sua pele cor de bronze. Uma tira de tecido prendia seus longos cabelos negros, como um tufo sobre a cabeça pois apesar de ter cabelos compridos a calvície já o atingira, desde infante.

Reggie retribuía a atenção do público com cumprimentos e galanteios. Humano de nascimento e criação, não era dos mais altos, porém sua tremenda robustez e agilidade o transformaram no melhor jogador de rúgbi da temporada. Caucasiano de olhos castanhos, suas feições se destacavam pelos cabelos curtos branco-cinzentos. Seu maior defeito poderia ser dito pela sua impaciência, aliás, a maior reclamação do técnico da equipe.

Baltek, ainda em sua discussão com Simon, aparentava mais longevidade que Yirn. Também era ogro e, por isso, suas proporções corporais eram descomunais. Seus longos cabelos negros, feições caucasianas e pele mais clara o deixavam quase humano, embora seus dois metros e trinta não o deixavam negar sua natureza. Trazia sempre no pescoço o amuleto de Telak, deus allansiano da coragem e do valor na batalha, do qual era devoto. Sua personalidade mau-humorada e violenta fazia com que ficasse mais próximos de seus outros companheiros de raça que de Blackstone.

Como qualquer outro elfo, era impossível determinar a idade de Simon. Com um rosto austero, aparentava, caso fosse humano, ter algo perto dos trinta anos, mas como a longevidade é uma característica élfica, poderia ter até cem anos. Longos cabelos negros caíam-lhe sobre os ombros, mostrando parte de suas orelhas pontudas, outra característica da raça. Para os padrões humanos ele era muito bonito e, se não se mostrasse sempre sério, poderia parecer andrógino. Dos quatro era o mais baixo e carregava sempre consigo seu bastão. Ingram, um poderoso mago de Elfren, lar dos elfos, fora seu professor, sendo Van Helmont um aluno dedicado e paciente.

Após alguns minutos de caminhada e muitos cumprimentos por parte dos moradores, eles conseguiram avistar a missão de cura. Na verdade, a tal missão era um templo, construído em adoração ao deus Selimon, senhor da paz e do amor. Seus sacerdotes, homens valentes de coração puro, são conhecidos por todo o mundo como detentores da cura sagrada, pelos que nela crêem. Assim que se aproximaram, puderam ouvir o som de uma vassoura sendo passada pelo assoalho do templo, que sempre encontrava-se aberto à população:

- Olá! – gritou Reggie, a fim de chamar a atenção do sacerdote que limpava o chão.

Vendo aquele grupo bem diferente em fronte à porta do templo, o sacerdote aproximou-se e com a educação comum aos adeptos de Selimom e disse:

- Boa noite, caros senhores – curvou-se – eu sou Moisés, sacerdote de Selimon, deus da paz e do amor. Em que posso ajudá-los?

Depois das apresentações, Moisés pôde ver o ferimento de Baltek e com alguns gestos sagrados de seu deus, curou-o e lhes ofereceu vinho fabricado por eles próprios. Enquanto conversavam sobre a briga ocorrida no bar, Simon afastou-se um pouco e retirou de sua bolsa uma gema. Fechou os olhos e se concentrou. Essa gema foi-lhe dada por Ingram pouco antes deste partir de Elfren em auto-exílio. De acordo com seu antigo mestre, ela o auxiliaria em sua busca pelo objeto que salvaria o mundo da catástrofe prevista pelos anciões elfos. Simon não sabia ao certo como ela o ajudaria, mas sua confiança em Ingram estava além do questionamento e, como último conselho, o mestre disse que esta gema mostraria seus companheiros de jornada.

Enquanto isso, todos já haviam se voltado para ele e, como não entendiam o que Simon fazia de olhos fechados e com a gema nas mãos, começaram a especular:

- Qui ele tá fazendo? – perguntou Yirn.

- Provavelmente é feitiçaria... Não gosto de feiticeiros... – Baltek, resmungando.

- Se fosse algo maléfico, Selimon já teria me avisado. – o bondoso Moisés.

- Essa gema deve valer muitas moedas. – Reggie.

Neste momento, Simon sai de seu suposto transe:

- Acalmem-se, meus caros. Não é nenhum tipo de feitiçaria do mal ou algo parecido. Esta gema foi-me dada pelo meu mestre, Ingram, Supremor de Elfren. Os anciões de meu antigo refúgio previram que um grande mal assolará o mundo. Somente um grupo seleto de pessoas poderá impedir que isso aconteça e eu fui incumbido de encontrar essas pessoas. Com esta jóia eu posso saber quem são. Não sei qual é o critério para isso, sei apenas que não demoraria muito para encontrar-lhes. E, pelas informações que acabei de receber, falta apenas um...

- Espere um pouco... “Falta apenas um”? Que história é essa? Quem são os outros?

- São vocês. Como havia dito, não sei qual é o critério, apenas sei quem são e... os senhores são os escolhidos.

- Mas eu já tenho time e não quero...

- Fecha a bocarra, Yirn! Ninguém me perguntou se eu queria salvar o mundo?

- Nem pra mim e Baltek não faz nada de graça....

- Por favor, meus caros. Vamos escutar o senhor Simon!

- Muito obrigado, Moisés. Sei que o que lhes digo parece absurdo, mas têm que acreditar. O tempo é escasso e o perigo iminente. Sei que sois valorosos guerreiros, apesar de crerdes em outras divindades. O grande objetivo desta missão é encontrar um artefato muito antigo, mais antigo que o ancião elfo mais velho. Diz a lenda que seu nome é Atr’igarsh e que foi confeccionado por um panteão de deuses para que pudesse reger o mundo. Fazem parte dele O Bem e O Mal em suas diversas formas. Ninguém sabe muito a respeito, apenas que tem o formato cúbico e é mais conhecido pela nomenclatura de Cubo Deviano.

Moisés, neste momento, parece sofrer de um mal repentino e cai sobre uma cadeira. Pálido e com a pele fria ele tenta se recompor com a ajuda de Reggie e Yirn:

- O que aconteceu, Moisés? Bebeu muito?

- Não, Reginald... Apenas uma súbita diminuição de pressão sanguínea. Essas coisas ditas por Simon... Eu estava tendo alguns sonhos estranhos, achei que fossem tentativas de Selimom de me dizer que eu pecava demais, então iniciei um jejum auto-preservativo até que essas visões fossem embora... Porém, elas pioraram e ficavam cada vez mais aparentes... Sofrimento e destruição, pessoas escravizadas, florestas em chamas e uma voz dizendo que eu poderia ter feito algo... Simon, você é um enviado de Selimom...

- Sou um enviado de Palier!

- Sim, sois um enviado dos deuses do bem. Eu creio no que dizes e te acompanharei em sua jornada.

- Yirn acha que deve ir também... Mas não sabe porque...

- Hmmm... Não tenho nada melhor pra fazer e Telak fala com Baltek em sonhos. Baltek ajuda, pela honra de Telak?

Um silêncio estranho toma o templo de Selimom. Como se algo faltasse. Uma sombrancelha élfica é levantada e seis olhos se dirigem para Reggie:

- Que foi? Por que vocês estão me olhando assim?

- Falta tu, infante... – responde Simon.

- Eu o que? Me juntar a um bando de desconhecidos (menos você Yirn, antes que diga algo estúpido) pra procurar um dado qualquer feito por uns Deuses metidos à besta que queriam dominar o mundo? Quando partiremos?

- Partiremos ao amanhecer! – disse Baltek, mal sabendo que essa frase seria proferida por vários anos.

3 comentários:

Rafael disse...

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Anônimo disse...

Já add seu banner ao meu blog dear... aliás faz tempo! =D

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Sempre passo por aqui! Tem conteúdo, gosto mesmo.

Beijão, té mais mon cher.

;-*

Anônimo disse...

Hello mon cher!!!

Obrigado pela adição de meu banner aqui! :-)
Fico muito agradecida mesmo pela gentileza! :p

Beijão. té mais.