12 dezembro, 2006

Eu, zumbi... ou Leia essa MERDA!!! - 3ª parte

Marcos não sabia se corria ou se aproximava de Maine. Olhos arregalados, expressão de completo pavor e um grito mudo que assustou as duas outras garotas que estavam com ela. Foram longos 10 segundos, até dar um passo em direção a ela e o grito mudo se tornar um berro digno de uma groupie. Nesse momento, todas as pessoas que estavam em frente ao bar deixaram de fazer o que faziam e fitaram Maine, enquanto essa se afastava, com passos curtos:
- Que porra é essa aqui???
Do meio da multidão apareceu o Mauro, que naquela ocasião namorava Maine. Marcos e Mauro sempre a disputaram. Mauro sempre fora imbecil, desde a escola, sempre usando de artifícios fúteis e Marcos se safava usando a cabeça, muitas vezes contra alguma parede, até um dia que trocaram socos, Mauro desmaiou, Marcos perdeu três dentes e nunca mais fora incomodado... Até se relacionar com Maine. O moleque irritante se tornou um brutamontes adepto do jiu-jitsu e Marcos continuou com o lema sexo-drogas-rock’n roll.
Junto com ele estavam seus “amiguinhos de tatame”... A única reação de Maine foi apontar o dedo para Marcos. A expressão de Mauro foi um misto de surpresa e raiva:
- Ah, filho da puta!!! – e pôs-se a correr atrás de Marcos, seguido pela tropa.
Qual seria sua reação? Pois é, exatamente. Ele fugiu, o mais rápido que podia. Descobriu que fôlego era coisa do passado e correu em direção a uma rua escura próxima, para chegar logo no lugar de mais movimento, onde os idiotas não o pegariam e seria fácil escapar. Ledo engano... Não pela história do fôlego ou pela rua escura, mas pelo lance da facilidade. Uma náusea sufocante tomou conta dele e o fez tropeçar, cair e vomitar mais algodão e pus, dando tempo da gangue se aproximar...
Foram vários chutes, as dores eram menores, mas não menos humilhantes. De repente eles pararam:
- Quer saber, tem que ser um de cada vez! Dudu, pega esse babaca e esfola ele! – foi a ordem do chefão.
Eduardo era um antigo amigo de Marcos. Os dois colecionaram gibis na mesma época, mas a necessidade de ser visto e uma briga idiota o levaram pro outro lado. Ele se agachou e resolveu socar a cabeça de Marcos:
- Eu te avisei pra ficar longe...
E socou... Uma, duas, três, quatro:
- Pára cara, por favor...
Cinco, seis, sete, oito... Marcos segurou Eduardo pelo braço:
- Eu disse pra parar... – enquanto secretava um líquido desconhecido de seus ferimentos. A força era enorme, mas o esforço era pequeno. Cravou mais os dedos no braço do idiota:
- Ah, me larga, tá machucando!!!
- Machucando??? MACHUCANDO!!!
Forçou o braço contra o próprio rosto do atacante. Pôde-se ouvir um crack agudo e o antebraço se partiu em dois, rasgando a pele e ficando semi-exposto. Marcos soltou o antigo amigo e este caiu para trás, urrando de dor. “Que coisa!!!”, foi a única coisa que pensou. Aquilo era impossível e animalesco, mas ele gostava.
Os dois outros idiotas, além do idiota-mor, partiram pra cima dele. Com um ele descobriu que carne humana fresca era terrível, arrancando-lhe um naco de sua garganta, por onde espirrava tanto sangue que provavelmente atingira uma veia das grandes. O outro teve o crânio esmagado contra o chão, perfurando seu cérebro com os cacos de osso espalhados pela testa:
- SEU DEMENTE DESGRAÇADO!!! Vou terminar o que comecei...
Essas palavras ativaram o maior deja vu já sentido por um morto-vivo na face da Terra. “Terminar o que comecei”... Sua morte era algo que Marcos ainda não tinha parado pra pensar. Não tinha nenhum problema de saúde grave e não se metia com traficantes e afins. Trabalhava e estudava como qualquer jovem e não tinha inimigos, exceto Mauro. Sua última lembrança estava embaçada até aquele momento... “Terminar o que comecei...comecei...comecei...”. O que aparentemente seria uma conversa foi uma armadilha. Mauro ligou para Marcos, para que os dois pudessem conversar sobre Maine. Conversa amigável, sem violência desnecessária. Marcos era um crente por natureza. Mesmo tendo certo ódio da humanidade ainda acreditava nos seres humanos e esse fora seu último erro. Marcaram numa praça conhecida dos dois, num bairro um pouco distante, porém perto da casa do Mauro. Marcos chegou, esperou, até avistar Mauro se aproximando. Pôs as mãos nos bolsos, abaixou a cabeça... Quando levantou, uma arma estava apontada para ele... Tirou as mãos dos bolsos apenas em tempo de ouvir dois tiros e a frase:
- Toma, animal... Mandei ficar longe dela...
A cena se repetia agora! Uma arma apontada, um lugar escuro, uma frase mal formada. Ouviu-se o primeiro tiro, uma bala no ombro e Marcos levantou completamente:
- Mas como???
E apertou o gatilho mais duas, três vezes, enquanto Marcos se aproximava! Descarregou toda a arma em Marcos e esse só andava em sua direção, coberto de sangue e com uma expressão tão insana a ponto de dar inveja a Dr. Lecter! Ficaram cara a cara! Mauro babava de pavor e deixou a arma cair:
- O q-que é v-v-você?
- Eu sou aquele que veio pra se vingar, seu verme filho de uma puta...
Essa frase, digna de um terror macarrônico, foi seguida por um golpe no abdômen de Mauro. A força era tanta que, com os dedos perfurou, a barriga do infeliz:
- Veja se gosta disso?
E rasgou a carne de Mauro como quem rasga uma folha de cartolina. Os intestinos saltaram para fora e Mauro, apavorado, tentava segurá-los dentro de si. Marcos riu, lembrando-se de uma antiga história do Hulk, quando este enfrentou Speedfreek e teve que fazer o mesmo. Só que o Hulk tem fator de cura... Mauro não... Não demorou muito até cair quase desfalecido:
- Essa é pra tua mãe não te reconhecer...
Marcos foi enterrado com suas botinas favoritas. Agora a sola direita descansava dentro do crânio de Mauro. Olhou em volta e viu Eduardo chorando, encostado numa parede. Marcos se aproximou e agachou:
- Me avisou pra ficar longe? Éramos amigos e olha o que nos tornamos... Levanta e some daqui... – e pôs-se de pé.
Eduardo obedeceu e saiu correndo, apavorado.
Aquilo tudo fora impressionante e aterrorizador, mas ele adorara... Estava ficando louco? Não queria pensar nisso, ouviu as sirenes da polícia. Não devia perder tempo, roubou as carteiras, um casaco limpo e fugiu...

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu acho que você escreve umas histórias legais, mas são compridas demais pra se ler na net
Faz elas mais curtas, até pra criar mais suspense, saca?
Mas ainda assim são bem boladas

Anônimo disse...

Esse é o Yirn que eu conheço, ahahahahaha!
Continua assim brother!
PMaster