30 setembro, 2006

Comunicado amador.

Pessoas que visitam esse lugar... Por favor, comentem nessa josta. É coisa de amador? É! Encho o saco? Sim. Mas é que faz bem pro ego e escrever ou postar vídeo ou seja lá que diabo for pra ninguém ver é meio frustrante. Agradeço a todos que visitam isso aqui e sugestões são bem vindas. Abraço a todos e vamos para o Inferno.

Eu, zumbi... ou Ainda dá pra beber cerveja - 2ª parte

“Bar Bicho Zé, hoje festa de Halloween com a banda Inferno Ardente!!!” dizia na entrada do bar. As criaturas mais horrendas começavam a se amontoar em frente ao bar. A chuva cessara e as pessoas chegavam para a festa. “Que ironia, Halloween, hoje?” pensou Marcos enquanto se dirigia para o bar. Zé era um colega antigo, de tanto freqüentar o bar acabou por criar um vínculo, apesar de não vê-lo há alguns anos. Vampiros, bruxas, lobisomens, frankensteins, zumbis, Jason, Freddy, enfim, tudo o que é criatura das trevas estava lá.
Procurou dinheiro nos bolsos... “Quem iria enterrar alguém com dinheiro?” Depois da idiotice feita resolveu se aproximar do bar. Nenhuma pessoa conhecida. Mas, e se encontrasse alguém conhecido que soubesse de sua morte? Tudo ficava mais confuso com o passar do tempo e também surgia uma espécie de náusea... “Náusea? Caralho, vou vomit...” Foi o tempo de correr e alcançar uma árvore:
- Bleargh!!! Coff, Coff... UUaaarrrrrr!!! – e saiu um misto de algodão, sangue e pus.
- Só me falta essa... Nem morto eu me livro disso... E que porra de algodão é esse?
E lembrou-se dos filmes de terror, quando os sujeitos dos necrotérios enchiam os mortos com algodão, para que o caixão pudesse ficar aberto no velório. “Será que eu vou ter que comer carne humana? Ou cérebros?”. Aqueles vários filmes de terror só haviam criado mais e mais dúvidas sobre sua atual condição. “Ah, foda-se, vamos nessa!” pensou, voltando a caminhar na direção do bar, sempre seguido pelo cão.
A banda já começara e, por ironia, tocava “Digging the grave”. O instrumental era bom, mas o vocalista não prestava. Marcos sempre quis montar uma banda, mas como não tocava nada, nunca levou a idéia pra frente. “Digging the grave, i got it made...”. A música continuava e a imaginação fluía até o tapa nas costas. A poeira do terno levantou e Marcos virou-se:
- Há quanto tempo, camarada!! – era Zé e um inseparável copo de vodca. Uma camiseta do Motorhead e uma carteira de Hollywood também faziam parte do pacote. Enquanto a mulher e o irmão tomavam conta do bar, Zé fazia sua ronda costumeira. Todos respeitavam-no transformando o ambiente num lugar violento e sem brigas (entenda como quiser).
- Fala Zé, beleza? Faz tempo que não venho aqui... Tava meio, cansado.
- Pois é, tu tem que aparecer mais... Vai beber nada não?
- Porra Zé... To sem grana...
- Ah, foda-se, depois tu acerta! Pedro, libera a cerva pro cara e anota!
- Valeu Zé.
A birita estava garantida. Mas será que beber era uma boa opção? Pedrão, sempre pouco simpático, abria aquela Skol gelada enquanto resmungava algo. Helena, a mulher de Zé, acenou do caixa, enquanto anotava a primeira cerveja.
Tudo correu tranquilamente no resto da noite. Não encontrou nenhum amigo e todos elogiavam sua “fantasia”. No fim do show, algumas pessoas foram embora, algumas ficaram. A grande notícia era que a cerveja continuava fazendo efeito, a má era que ir ao banheiro ficou mais costumeiro. Marcos foi dar uma olhada lá fora, pra ver as pessoas, se esquecendo um pouco do que estava acontecendo consigo. Um pouco mais adiante, avistou Maine. Uma garota com quem tinha um relacionamento esquisito que os dois gostavam de aproveitar. Ela também o viu. E ela tinha ido ao seu enterro...

Obs.: As marcas usadas aqui não foram autorizadas... Mas eu consumo as tais e garanto que são das melhores.

26 setembro, 2006

Bagman, o Anti-herói


Se alguém tiver disposição pra legendar...

Nação Zumbi


Dead Opera



Usando a arma do inimigo



A Hard Day's Night, BRRRAAAAAAIIIINNN!!!

25 setembro, 2006

Jackass Caseiro... O que fazer quando se bebe demais.

Eu, zumbi... ou Saindo do Buraco (literalmente) - 1ª parte

- Que porra é essa!!?? Quem me prendeu aqui???
Assim acordou Marcos, numa escuridão completa e sufocante. O lugar onde estava mal dava para se mexer e, com o desespero já tomando conta, começou a se debater e gritar. Era uma espécie de caixa de madeira, forrada e macia. Se a parte de cima fosse uma tampa, começava a ceder. Os socos enfraqueciam cada vez mais a madeira que começava a rachar e pingar um pouco de água suja. Passou a empurrar e, talvez devido à adrenalina presente no corpo humano quando em situações difíceis, conseguiu mover a tampa para cima, fazendo cair um pouco de terra em cima de si mesmo:
- Caralho!!! Eu tô enterrado!!!
Nisso a tampa cedeu, dando lugar a uma enxurrada de terra úmida. Ele deu início a uma escavação frenética, pensando em o que aconteceria se o ar acabasse. Foi subindo, subindo, cercado de lama e sujeira até que sua mão alcançou a superfície:
- Consegui, falta pouco, AAAAAHHHHHH!!!!!
Foi a força que precisava para continuar. Saiu do buraco como que estivesse preso por dias e dias, ávido por comida. Saltou para fora e tomava fôlego... Fôlego? Olhou para suas mãos, que após os socos, empurrões e escavações deveriam estar banhadas em sangue quente e jorrante. O que descobriu foram feridas abertas, secas e uma pele esbranquiçada como leite. Tentou empurrar ar para os pulmões. Isso o fez muito mal, a ponto de causar ânsia de vômito. “Não estou mais respirando???”, pensou e nesse momento se deu conta de onde estava. Um cemitério!!! Pulou para trás como quem quer se afastar de tudo acabando por bater com a cabeça em uma pedra. Olhou para trás e leu a inscrição: “Marcos Pessanha, 1975 – 2003”:
- QUE PORRA DE BRINCADEIRA É ESSA!?!?! – recusou-se a acreditar.
Não podia estar morto! Mortos não falam, não andam e muito menos cavam! Pensou em um pesadelo e tentou acordar, mas a sirene de uma viatura da polícia o mostrou que estava no mundo real. Catalepsia!!! É isso! Sofro dessa doença e todos acharam que estava morto... Mas como explicar as feridas sem sangue e a não-respiração. Notou estar vestindo um terno. Nunca usara um terno antes, a não ser quando foi padrinho de casamento de um amigo. Lembrou-se dos filmes e resolveu abrir a camisa, para ver os pontos da autópsia. Constatou que seu tórax parecia um pedaço de carne recheada, costurada com linha grossa, pronta para assar. “Tenho que sair daqui! Arrumar um lugar pra pensar...” e foi isso que fez. Levantou-se, limpou-se como pode, sendo que a chuva o ajudara com a lama. Quando resolveu caminhar ouviu uma voz:
- Tem alguém aí?? Malditos jogadores de RPG... Por que não vão ao IML para ver um corpo!!!
Devia ser o zelador do cemitério! Acocorou-se próximo à lápide, para se esconder. Não era muito fácil, pois 1,80m de carne atrás de uma lápide de 1m complicava bastante. Mesmo assim, manteve-se quieto até que os passos do estressado zelador se afastassem. “Ufa, estou salvo... Salvo de que? Eu tô morto!!!”, notou atrás de si um movimento, virou-se rapidamente a tempo de ver um cão, desses vira-latas peludos, olhando para ele, como se visse um novo dono:
- Oi cachorrinho. Não lata, por favor.
O cachorro simplesmente inclinou um pouco a cabeça, como quem está dizendo “Queisso?”:
- Quietinho, isso, bom garoto...
O cachorro se aproximou e começou a cheirá-lo. Não como um cachorro geralmente cheira uma pessoa e sim como cheira um osso que enterrou a uns dias atrás:
- Ei, ei. O que você quer? Já estou até imaginando.
E pôs-se a caminhar, seguido pelo cão. Quando finalmente achou o portão, viu que este estava trancado. “Nos filmes é sempre fácil entrar no cemitério”, pensou enquanto subia no portão. Chegando ao topo, desequilibrou-se e despencou lá de cima, como uma jaca que cai do pé, batendo violentamente contra o chão de cimento frio. Não sentiu dor alguma e logo se levantou para ver o cão vindo em sua direção, saindo de um buraco no muro do cemitério, que ele mesmo poderia ter usado para sair:
- Grande ajuda, cachorro... – disse enquanto o cão começava a cheirá-lo novamente. – Hmmm... Esse deve ser o Cemitério Santa Luzia... Acho que é melhor ir pra lá. – e, quando levantou seu braço direito, para apontar a direção, viu que estava quebrado. A queda o partiu em dois:
- Puta que pariu... E essa agora, como vou colocar essa merda no lugar? Será que se eu segurar um pouco ele cola novamente? – nunca foi bom em biologia e nem sabia que osso tinha quebrado, se lembrava de que tinha cálcio e pensou que o cálcio do osso que estava preso no corpo poderia “colar” no cálcio do braço quebrado. Apesar do pensamento imbecil, aparentemente funcionou e nesse momento ele se achou um especialista em medicina, apesar de ter estudado desenho.
- Lugar sinistro pra se andar à noite... Posso ser assaltado. Mas quem vai assaltar um morto??? – achou graça e foi andando pela rua. Um lugar que freqüentava quando era mais novo e andava com a turma do heavy-metal ficava a alguns quarteirões dali. E foi andando na chuva, acompanhado pelo cão, este sempre cheirando sua perna, para o bar.

Breve apanhado da história dos quadrinhos na Europa e nos EUA (até anos 80). - 2ª parte

O PERÍODO DE ADAPTAÇÃO E A DÉCADA DE 30

PERÍODO DE ADAPTAÇÃO: 1910 A 1928.


Este período recebe do anterior uma multiplicidade de estilos de HQ, então nascente. Caracteriza-se pela coexistência de duas correntes opostas entre desenhistas: a) a dos humoristas que vêem na HQ apenas um divertimento e um entretenimento. b) a dos estudiosos, que pretendem intelectualizar os quadrinhos, explorando-os formal e narrativamente. As histórias e os personagens marcantes desse período acham-se indicados a seguir.

- 1911 - George Harriman lança “Krazy Kat” narrando as aventuras de um eterno triângulo: a gata Krazy Kat, apaixonada por um camundongo, Ignatz, que a detesta e a castiga habitualmente com tijoladas e o cão de guarda Ofissa B. Pupp, enamorado de Krazy. O cão persegue ,constantemente Ignatz, a quem sistematicamente agarra para atirá-lo numa cadeia. Harriman é lídimo representante da tendência intelectualizante desse período. Krazy, no dizer do próprio Harriman, é "a exploradora vagabunda das regiões da ilusão, que só os ventos percorrem durante o dia e o luar durante a noite.”.

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- 1912 – Prossegue nesta época a rivalidade entre Hearst e Pullitzer. Em 1912, quando Rudolph Dirks, criador dos “Katzenjammer kids” sai do Journal para o World, Hearst não permite que o mesmo leve, os personagens por ele criados para o World. No tribunal, foi decidido que Dirks teria o direito de desenhar seus personagens no World com um novo título, “Hans e Fritz”, como os chamou inicialmente, para mais tarde, denominá-los de “The Captain and de Kids”, nome que é mantido até hoje, inclusive no Brasil (Os Sobrinhos do Capitão). O Journal teria direito aos mesmos personagens e ao título original da história, que passaria a ser desenhada pos outros profissional. O substituto de Dirks foi Herald Knerr que, com seu talento, foi suficientemente capaz de prosseguir com as historietas com o máximo de semelhança tornando-se imperceptível a substituição do desenhista.
- 1913 – Criada por George McManus, surge nos EUA a HQ mais marcante desta época, “Bringing up the Father” com Jiggs (Pafúncio) como protagonista, um trabalhador que enriqueceu repentinamente, acompanhado de Maggie (Marocas), sua exposa, ex-lavadeira que rapidamente se torna esnobe, esquecendo suas origens, o que não ocorre com o Pafúncio. Os conflitos familiares são tão bem explorados por McManus que Pafúncio e Marocas constituiu a primeira HQ que se tornou internacionalmente famosa. O tema da vida em família, a partir de então, passou a ser explorado por grande número de HQ que a ela se seguiram.

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- 1917 - Sydney Smith, seguindo a mesma linha de McManus, lança “The Grumps”, nos EUA.
- 1919 - Frank King introduz nos EUA uma nova série: “Gasoline Alley” com uma inovação importante: o envelhecimento progressivo dos personagens, no mesmo ritmo de seus leitores.

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- BilIy De Beck cria Barney Google, homenzinho de polainas e chapéu coco que passeia pelos EUA acompanhado de um cavalo de corrida. Um personagem secundário, o camponês Snuffy Smith, acabará por destronar Barney do papel principal da história. Snuffy aparece no Brasil com seu próprio nome ou mudado para "Zé Fumaça".

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- Elzie C. Segar lança o “Thimble Theatre” (Teatro do Dedal), série que conta a aventura de uma família maluca.
- A. B. Payne cria Pip (o cachorro), Squeak (o pingüim) e Wilfred (o coelho), animais humanizados publicados no Daily Mirror.
- 1920 - Ainda na mesma tendência da exploração do tema família, surge “Winnie Winkle”, criada por Martin Branner.
- Mary Tourtel cria Rupert, ursinho herói da série “The Adventures of the little lost Bear”. Os animais que vivem como seres humanos ga¬ nham, assim, lugar definido nas HQ.
- 1922 - Ed Wheelan lança “Minute Movies”, série injustamente esquecida, que explorando temas de aventuras emprestados de Ivanhoé e Ilha do Tesouro introduziu o dose up na apresentação dos personagens, mesmo antes de sua introdução no cinema. .
- 1924 - Na França, o criador de “Pieds Nickelés”, Forton, apresenta um novo personagem, “Bibi Fricotin”, garoto de rua ao estilo francês.
- Pat. SuIlivan desloca do desenho animado para a HQ um gato triste, solitário, faminto e melancólico que não consegue sequer ser feliz no país dos sonhos, de onde em geral é expulso a pontapés. Trata-se do Gato Félix.
- Harold Gray lança as desventuras de uma órfã na série “Little Orphan Annie”. Gray, segundo alguns autores, teria introduzido na HQ uma nova tendência: a HQ que reflete claramente uma ideologia política (de extrema direita, neste caso), representada pela encarnação simbólica do capitalismo triunfante, por Papai Warbucks, riquíssimo industrial que sempre protege a órfã Aninha.
- Roy Crane cria “Wash Tubbs” (Tubinho, no Brasil), ponto inicial das HQ de aventuras. Tubinho ganhará, mais tarde, um amigo, que acabará "roubando" o papel principal da história, o Capitão César.
- 1925 - Importante série de aventuras é lançada pelo mestre das HQ na França. Alain Saint-Ogan, jornalista que se transfere para as HQ, criando para o “Dimanche lllustré” dois heróis, um gordo ruivo e outro magro com cabelos ruivos, Zig e Puce, aos quais em 1926 ele junta Alfred, um pingüim. Zig e Puce marcam uma época importante para as HQ francesas por empregar seu criador exclusivamente os balões e, em geral, um cenário tirado ao vivo para os quadrinhos, fixando os lugares por onde viajavam os personagens.
1928 - Surge nos EUA o desenho animado de Mickey Mouse por Walt Disney. O rato mais célebre do mundo entrará em 1930 para as HQ.

A PERÍODO DOS ANOS 30: EXPLOSÃO DOS QUADRINHOS

A renovação da HQ americana, que começa a aparecer no mundo inteiro, processa-se realmente nos anos 30, sendo antecedida de produções características já em 1929. Nesta década as adventure strips (HQ, de aventuras) iriam ganhar uma grande independência.

- 1929 - Harold Foster coloca em quadrinhos o tema da selva e do homem macaco em Tarzan (desenhado por Foster até 1937 e, a seguir, por Burne Hogarth.). O personagem romanceado de Edgard Rice Burroughs ganhou maior importância nos quadrinhos e no cinema. (Observe-se que Foster nunca empregou os balões em Tarzan, mas uma narrativa direta incorporada aos quadrinhos).
- Concebido por John F. Dille, escrito e adaptado por Nowlan e desenhado por Dick Calkins, surge “Buck Rogers”, antigo tenente da aviação americana que é transportado para o século XXV. Buck entra em luta na terra, no mar e no espaço contra seu rival Killer Kane, cujo sonho é roubar Wilma, noiva de Buck Rogers, e subjugar a terra inteira. Esta foi a primeira história a tratar de forma interessante os temas de ficção científica.
- Elzie Segar cria seu personagem mais original e duradouro: um marinheiro caolho, de antebraços hiperatrofiados, por consumir muito espinafre, cujo nome era Popeye, que, tendo sido introduzido como personagem secundário, em breve passou a ser o personagem central do Timble Theatre (Teatro do Dedal). Popeye mal sabe ler e ignora boas maneiras, mas é dotado de um nobre coração. Isto o leva a apaixonar-se pela feia Olivia Palito. Popeye está sempre às voltas com rivais que querem roubar Olivia, mas consegue sempre vencê-los graças ao espinafre. Em torno de Popeye, há bom número de personagens interessantes, além de Olivia Palito, tais como Popa Popeye (o pai centenário), seu filho Swe-pea (Procopinho), Jeep (animal que sabe e diz sempre a verdade) e Wimpy (Dudu), intelectual parasita com enorme apetite por hamburger. Após a morte de Segar em 1938, a história continuou com Tom Sims, Bela Zaboly e Bub Sagendorf.
- Georges Remi (Hergé) cria na Bélgica, no suplemento semanal do diário Le Vingtième Siecle, o personagem que será o valete da HQ européia: Tintin, escoteiro adolescente, acompanhado de seu cachor¬rinho Milou, do capitão Haddock, o biruta Tournesol e os bobocas Dupont e Dupont com suas trapalhadas cômicas. Em 1930, Hergé publica seu primeiro álbum: Tintin au pays des soviets.
- Darrell McClure lança as aventuras de uma menina, “Little Annie Rooney”, e seu fiel companheiro, o cão Zero.
- O camundongo Mickey Mouse, de Walt Disney, é introduzido nos quadrinhos.
- Surge “Joe Palooka” (Joe Sopapo), de Ham Fisher, história de um boxeador com punhos de aço e coração de ouro.
- Noel Sikles continua a desenhar “Scorchy Smith”, criado por John Terry. Foi quem utilizou pela primeira vez o desenho a pincel.
- 1931 - Chester Gould cria “Dick Tracy”, herói de aventuras policiais. Do¬tado de exemplar honestidade, Dick Tracy foi criado em traços exa¬gerados por Gould, num estilo quase caricatural, com nariz em forma de bico de águia e queixo quadrado, desempenhando a função de um agente policial sempre em luta contra o crime.
- Robert E. Howard dá origem a Conan, o guerreiro cimério da era hiboriana.
- Carl Anderson lança Henry (Pinduca ou Carequinha).
- 1933 - William Ritt e Clarence Gray criam um cavaleiro do espaço: “Brick Bradford” (conhecido no Brasil com esse mesmo nome ou como Dick James). Suas aventuras são ora policiais, ora fantásticas, ora de ficção científica. Viaja através do espaço e do tempo à procura de um tesouro de piratas ou de uma civilização do futuro, buscando penetrar os segredos do átomo.
- Alex Gillespie Raymond, aquele que é tido como o "mais completo de todos os grandes criadores de HQ", cria Flash Gordon, uma série de ficção científica; O “Agente X-9”, história de aventuras policiais; e “Jim das Selvas” (Jungle Jim), história de aventuras exóticas. O Agente X-9 nasceu em resposta a Dick Tracy, em colaboração com o romancista americano Dick Hammet. X-9 é um agente do F.B.I. que combate o crime insinuando-se entre os criminosos e utilizando seus hábitos e até seus métodos. O fato de não ter um nome e sim um código (X-9) aumenta o seu caráter misterioso. Bradley, o Jim das Selvas, é um caçador de feras e explorador da África e do Oriente Médio que, sempre junto de seu servidor hindu Kolu e de sua companheira Lil, consegue sobrepujar inimigos, traficantes, pi¬ratas e agitadores. Sua história aproxima-se da de Tarzan. Na série Flash Gordon, três personagens principais do Planeta Terra, Flash, sua noiva Dale e o professor Zarkov, chegam ao Planeta Mongo e ali se vêem às voltas com o Imperador Ming. É grande o poder de imaginação de Raymond, que apresenta paisagens maravilhosas do reino das sombras, da cidade submarina do país dos homens azuis. Flash Gordon sempre triunfa sobre Ming, a encarnação do mal, depois de combates violentos. Em Raymond há uma unidade perfeita entre a imagem e a ação e um estilo incisivo e claro que lhe garan¬tiram o sucesso obtido.
- 1933 - É lançada “Funnies on Parade”, primeira revista de HQ, distri¬buída a titulo de propaganda, pela sociedade Procter and Gamble (produtora de produtos de beleza). Em virtude do sucesso dessa edição, publicaram-se várias outras, tais como Famous Funnies em, 1934 (reproduzindo, como a primeira revista publicada, as séries aparecidas na imprensa) e New Fun, em 1935, a primeira revista original de HQ.
- Lançamento de “On the Wing” (posteriormente denominada Smilin’ Jack), de Zack Mosley, que narra as aventuras de um herói aviador, o capitão Jack. No Brasil, a história apareceu como Jack do Espaço.
- 1934 - Nasce Luluzinha (Little Lulu), pelas mãos de Marge Henderson Buell, considerada pioneira do sexo feminino na profissão de cartunista.
- Lee Falk e Phil Davis criam Mandrake, o Mágico que, com sua cartola e sua capa vermelha e preta, passeia por toda a parte acompanhado por Lothar, africano de grande força física. Mandrake hipnotiza seus adversários, vencendo-os com relativa facilidade, porém encontra um adversário dotado de poderes de magia negra, O Cobra, que lhe cria os maiores problemas no setor da fantasia.
- Al Capp (Alfred G. Caplin) cria “L'il Abner” (Ferdinando, no Brasil) com um humor bem diferente do que existia até então, satirizando aspectos da vida e da sociedade americana. Com sua ingenuidade e inocência, Ferdinando triunfa sobre todos os inimigos, mas sucumbe à corte de sua namorada, Daisy Mae, com quem é obrigado a se casar (1952), por pressão da opinião pública americana. Ele vive em Dogpatch (Brejo Seco), vilarejo pobre sem eletricidade nem água encanada, com seus pais, monstruosos anões, e toda a sua família. Al Capp foi apontado pelo romancista americano John Steinbeck como o maior escritor contemporâneo e por este indicado à consideração da comissão do Prêmio Nobel, de 1953.
- Aparece o “Reizinho” (The Little King), de Oto Soglov, criado originalmente na revista The New Yorker.
- Vincent T. Hamlin cria “Alley OoP” (Brucutu), à semelhança do Popeye. Trata-se de um homem das cavernas que, montado em seu dinossauro, consegue estabelecer a ordem no reinado de Mu. Por sua noiva Ula, bate-se incessantemente e quando está cansado dos tempos pré-históricos, a imaginação de Hamlin permite que o herói se valha da máquina do tempo do Professor Papanatas chegando à época de Cleópatra ou das Cruzadas.
- Na França, A. Daix cria um personagem arquitradicional distraído e com muitas piadas também tradicionais - O Prof. Nimbus.
- 1935 - Fred Harman lança o rude e autêntico western com Bronco Piler (mais tarde Red Ryder, ou o Cavaleiro Vermelho) como per¬sonagem central.
- Na mesma linha de ação no Oeste, mas com características policiais, aparecem outras duas séries: uma criada por Allen Dean, The King of the Royal Mounted (O Rei da Polícia Montada), e outra criada por Flanders, The Lone Ranger (O Zorro).
- É lançada a revista New Fun Comics, a primeira editada por aquela que se tornaria uma das principais editoras de quadrinhos da história, a DC Comics, ainda com o nome de Allied National Magazines. Nela estrearam “Sandra of Secret Service”, “Don Drake on the planet Saro”, “Barry O’Neil” e posteriormente, “Dr. Ocult”, primeira criação da dupla Jerry Siegel e Joe Shuster, os criadores do Super-Homem.
- 1936 - Associado a Ray Moore, Lee Falk cria um justiceiro mascarado que reina em selvas longínquas e pertence a uma dinastia estabelecida no século XVII: The Phantom (O Fantasma).
- 1937 - Inspirado nos romances de cavalaria, Harold Foster cria um novo personagem, que lhe dará o título de representante da tradição clássica na HQ: trata-se do Príncipe Valente, filho de um rei destronado de Thule, que se refugia na corte do Rei Arthur. Pelo amor à sua dama (Aleta) e a serviço de seu suzerano, Valente trava combates com dragões e bruxas, com os vikings e os hunos. É a Idade Média representada nas HQ pelo talento de Foster.

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- Will Eisner lança sua primeira criação, Sheena, a Rainha da Selva. Uma versão feminina do Tarzan.
- É criada a revista Detective Comics, onde os heróis mais detetivescos da editora eram publicados, daria nome, posteriormente, a DC Comics.
- 1938 - No Action Comics, criação de Jerry Siegel e desenho de Joe Schuster, surge o Super-Homem, o último sobrevivente do longínquo planeta Krypton. É capaz de voar e é dotado de poderes sobrenatu¬rais com sua visão de raio X. Sem sua capa com o famoso S, ele nada mais é do que Clark Kent, repórter comum Que não é reconhe¬cido sequer por Lois Lane, colega de redação de quem ele gosta e a quem salvou numerosas vezes como Super-Homem. O sucesso do Super-Homem foi muito grande, incentivando o aparecimento de uma legião de super-heróis.

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- Apesar da invasão dos mais diversos tipos de aventuras e heróis nas HQ, o humor sempre tem seu lugar. É neste ano que “Donald Duck” (Pato Donald), personagem famoso dos desenhos animados de Walt Disney, vai para os quadrinhos.
- Alfred Andriola, inspirado no personagem de Earl Derr Biggers, passou Charlie Chan para os quadrinhos. É a história de um detetive chinês e seu auxiliar Kirk Barrow, que perseguem os malfeitores em todo o mundo, em aventuras com suspense e imprevistos.
1939 - Bob Kane cria Batman, o homem morcego, estreando na revista Detective Comics, que será "um verdadeiro delírio" nos EUA, por volta de 1965.

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17 setembro, 2006

16 setembro, 2006

Breve apanhado da história dos quadrinhos na Europa e nos EUA (até anos 80). - 1ª parte

Buscar a origem das histórias em quadrinhos chega a ser pretensioso da parte de quem o faz. Alguns fazem alusão à pré-história, com suas pinturas rupestres, outros ainda remetem a Roma antiga, quando colunas eram esculpidas com a vida de determinados imperadores, porém numa coisa todos concordam; o “boom” aconteceu no século XX, quando os “comics” norte americanos ganharam o mundo. Iniciemos esse breve resumo pela época mais antiga.
De acordo com a história da arte, os homens das cavernas utilizavam a pintura como forma de demonstrar sua superioridade frente aos outros animais, acreditando que assim detinham o poder sobre os mesmos. Dessas pinturas, chamadas rupestres, que significa “o que se encontra em rochedos”, pode-se observar uma série de características típicas dos quadrinhos atuais, como sobreposição de imagens e arte seqüencial.
Num segundo momento, através dos hieróglifos, os egípcios mostraram sua capacidade de deixar para a posteridade sua história, decorando seus templos e túmulos e usando muitas vezes o poder da arte seqüencial para narrar as histórias dos deuses e faraós.
Na Roma antiga, a coluna de Trajano baseava-se em monumento criado no Egito onde a história de determinada personalidade, imperadores ou faraós, era contada em forma de uma seqüência de esculturas em relevo, ao redor da coluna, subindo em espiral.
Finalizando essa tentativa de se encontrar os antecedentes diretos dos quadrinhos, ainda pode-se citar a tapeçaria de Bayeux, feita na Inglaterra e com 70 metros de comprimento, onde há um relato da epopéia dos cavaleiros normandos. Essa tapeçaria é considerada “a maior banda desenhada do mundo”.
Esses primórdios ainda não possuíam uma das principais características das atuais HQ’s (apelido carinhoso dos quadrinhos): os balões. A primeira representação de “fala” em uma imagem data de 1370 e é conhecida como a tábua Protat, na qual um centurião romano, diante do Calvário, levanta um dedo em direção à cruz e declara: “Vere filius Dei erat iste” (“Sim, na verdade esse é o filho de Deus”). De sua boca, sai um filactério (designação antiga do balão), contendo essa mensagem.
Esse pequeno apanhado das origens dos quadrinhos remetem a uma época onde essas imagens não eram usadas para entretenimento e sim para fins de relatos históricos. É a partir de 1806, com as estampas de Épinal (pequenos cartões de madeira confeccionados nas oficinas de Péllerin de Épinal, na França, iniciando com temas religiosos, logo passando para temas históricos), que o termo “história em quadrinhos” pode ser usado, pois essas estampas possuem legendas, transformando-se assim numa história contada.
Nessa mesma época, aparecem nomes que seriam importantes para o desenvolvimento mundial dos quadrinhos. Seus nomes eram Topffer e Busch. Topffer foi autor de histórias fantasiosas em imagens: “As Aventuras do Sr. Vieuxbois, do Sr. Cryptogame, do Sr. Jabot”, em 1847, reunidas sob o título de Histories em Estampes. Wilhelm Busch ilustrou seus próprios poemas satíricos ou moralistas, do quais o mais conhecido é “Max und Moritz” (Juca e Chico no Brasil), grande influência para a criação de uma das mais famosas tiras do mundo, Os Sobrinhos do Capitão. No século XVIII muitos foram os quadrinistas europeus que desenvolveram a arte dos quadradinhos e, além dos já citados Topffer e Busch, Christophe (alcunha de Georges Colomb) foi maior nome francês do gênero. Colaborador do Petit Français Illustré, um jornal voltado para o público infantil, ele começou criando tiras para seu filho. “La Famille Fénouillard” foi sua criação máxima, fazendo-o ser reconhecido mundialmente. Até hoje, na França, ele é reconhecido como o criador das HQ’s.
Nesse período, os Estados Unidos encontravam-se em atraso com relação a Europa, usando apenas o recurso da sátira política e social em seus jornais e revistas. A partir de 1880, com o aparecimento das revistas humorísticas, os quadrinhos norte americanos iniciaram um crescimento enorme, chegando até os dias de hoje.
No final dos anos 1880 e início dos 1890, dois jornais disputavam a preferência do público em Nova York, O New York World, de Joseph Pullitzer e o Morning Journal de William Randolph Hearst. Em 1893 Pullitzer, vendo que seu jornal estava caindo em decadência, resolveu se dedicar mais aos suplementos dominicais, produzindo a primeira página colorida de quadrinhos do mundo. O artista era Richard Outcault e a tira era “Down Hogan’s Alley” (O beco do Logan), de onde saiu o mais famoso personagem da época, “Yellow Kid” (um menino com uma camisola amarela, que só ganhou essa cor por ser a única cor que ainda não tinha conseguido ser impressa antes). Vendo o desenvolvimento do concorrente, Hearst contratou Outcault e “O beco do Logan” passou a ser editado no Morning Journal, juntamente com “The Katzenjammer Kids” (Os sobrinhos do Capitão) de Rudolph Dirks.
Partindo desse princípio, vejamos a cronologia dos quadrinhos, com seus criadores e personagens mais importantes:

A Pré-História e o Período inicial dos Quadrinhos:

Período da Pré-História

1820 - Jean Charles Péllerin publica as Estampas de Épinal, na França.
1846-1847 - Rodolf Topffer publica “Histoires en estampes”, ainda na França, contendo as aventuras de “Monsieur Vieux Bois, de Monsieur Cryptogame e de Monsieur Jabot”.
1865 - Wilhelm Busch cria, na Alemanha, “Max und Moritz” (Juca e Chico).
1884 - F. Thumas, na Inglaterra, cria “Ally Sloper”.
1889 - Georges Colomb (Christophe) lança a “Família Fénouillard”, na França.
1895 - A Bonne Presse, na França, edita “Le Nöel”.

Período Inicial: 1895 a 1909.

- 1895 - Outcault faz surgir o “Yellow Kid” no jornal New York World (jornal de Pullitzer). Aparece o primeiro verdadeiro "balão" das HQ.
- 1897 - Rudolph Dirks cria os “Katzenjammer Kids” (Os Sobrinhos do Capitão, no Brasil), no New York Journal.
- 1902 - Surge uma nova criação de Richard Outcault, “Buster Brown”, um garoto louro, esperto e bem vestido, sempre acompanhado de seu fiel cão Tige, personagem publicado no New York Herald, onde Outcault passara a trabalhar.
- Gustave Verbeck, ilustrador e gravador holandês, cria os “Upside Downs”. Esta série conta as aventuras de Little Lady Lovekins e Old Man Mufaroo. Sua importância está no fato de que após ler cada história, basta virá-la de cabeça para baixo para que a ação continue sem interrupção.
- 1904 - Surge a primeira tira diária no American de Chicago, por Clara Briggs (A Piker Clerk). Essa tentativa não foi muito feliz. Em 1907, seria repetida com sucesso por Bud Fisher.
- 1905 - Winsor McCay cria a HQ “Little Nemo in Slumberland” (O Pequeno Nemo no País do Sonho), verdadeira obra-prima de elegância, simplicidade e poesia.
- 1906 - Lyonel Feininger, mais tarde um pintor célebre, de nacionali¬dade alemã, cria para as tiras diárias do Chicago Tribune várias histórias das quais a mais conhecida é a “Kin-der-kids”. Um garoto magricela e seu amigo gordo viajam ao redor do mundo, em busca de aventuras cômicas ou fantásticas.
- 1907 - Bud Fisher, retomando a tentativa frustrada de Clara Briggs, publica a primeira HQ diária autêntica (daily strip), com as aventu¬ras de A. Mutt, turfista malandro pouco recomendável que sempre termina com uma sugestão para as corridas do dia seguinte. Em 1908, Mutt encontra seu companheiro num asilo de loucos e a história toma seu titulo definitivo de Mutt e Jeff. Após a morte de Fisher a série vem sendo desenhada por Al Smith.
- 1908 - Louis Forton cria na França um dos clássicos do gênero: “Les Pieds Nickelés”, no jornal L'Épatant, lançado em 1907 pela Société Parisienne d'Éditions. É a história de três comparsas, ladrões, tra¬paceiros, ricos em invenções. Além do desenho terrível, Forton coloca texto sobre os quadrinhos, completando muitas vezes com os balões. Aí são encontradas, segundo os franceses, as primeiras onomatopéias. Embora tendo aparecido num jornal infantil, realmente é uma história para adultos, por suas sátiras políticas e moral abalada.
- É lançado na Itália o Corriere dei Piccoli e então a Itália começa a criar personagens para as HQ. Atilio Mussino cria “Bilbolbul”, negrinho que sofre desilusões na África, povoada de fantasias em suas pro¬duções. Não havia balões nessa história, mas versos sob os desenhos, criação eminentemente italiana.
- 1909 - O cinema e as HQ (comics) unem-se, quando se realizou o primeiro desenho animado de valor: Gertie, o dinossauro, criação de Winsor McCay.

Encerra-se aqui o Período de 1895 a 1909, considerado por alguns estudiosos como o período de ouro da HQ, por ser uma época de introdução de grandes inovações e de liberdade para a expressão do talento e da originalidade dos desenhistas.

A História de Yirn Blackstone - 1ª parte

O nascimento

Era madrugada. Katra acabava de entrar em trabalho de parto e as outras ogras a ajudavam no que podiam. Elas faziam parte de uma tribo nômade que vivia de ataques a pequenas vilas. Katra não tivera uma gestação fácil... Muitas cólicas e vômitos aconteceram e ela estava visualmente muito fraca.
Quatro horas depois, já pela manhã, nasce o filhote. Vivo mas com a saúde em risco... A mãe morrera no momento que dera a luz e as outras fêmeas não sabiam como dar a notícia a seu pai, o líder da tribo. Uma delas, a melhor amiga de Katra, Zinza, tomou coragem e foi ao encontro de Mok, o líder:
- Mok, seu fio nasceu... Mas ter coisa ruim pra falá... Katra morreu quando deu a luz...
- O que!!!! Não!!! Criança maldita!!! Mok vai matá ela!!!
E, com essas palavras, correu em direção da tenda onde estava sua mulher morta e seu filho. Zinza, correndo em seu encalço, gritava e chorava para que não fizesse nada que se arrependesse. Ele atravessou o portal e esbravejando agarrou a criança em seus braços:
- Minino maldito!!! Katra era boa e tinha qui vivê!!!
- Mok, num faiz isso, ele é seu fio... A coisa que liga ocê cum Katra... Ela num ía querê que ocê fizesse mal a ele.
Apesar de intelectualmente inferior, Mok entendia muito bem as palavras de Zinza e vendo que aquela criaturazinha em seus braços não tinha culpa de nada por ter nascido em tais circunstâncias, deixou o filhote com a parteira e saiu da tenda sem saber o que fazer.

Criação nada ortodoxa

- Essi minino vai tê qui aprendê desdi cedo – dizia Mok enquanto pegava seu filhote e o colocava em uma bolsa confeccionada por Zinza para que ele o carregasse.
- Mais eli é muito novo, Mok... Dexa ele cum a Zinza.
- Não!!! Eli vai sê o melhor guerreiro ogro que já pisô em Tagmar!
- Mas...
- Nada de mas!!! Eu sô o chefe eu qui mando!!!
E foi assim que um bebê de poucos dias acompanhou seu pai, enquanto este praticava a pilhéria nas vilas da região.

03 setembro, 2006

A lida e suas atribulações (Pessoas são apenas pessoas...)

Pessoas são difíceis de lidar... Muito difíceis. Máquinas são mais fáceis. Elas não compreendem, não entendem, muitas vezes não fazem o que você manda, mas em compensação são manipuláveis a ponto de aceitar tudo o que seu usuário quiser, do bom ao mal... A necessidade de exteriorizar sentimentos pode transformar simpáticos seres humanos em criaturas abomináveis, capazes de cometer atrocidades bizarras. Sei porque sou humano e passível dessas fraquezas. Apenas tento me controlar como acredito que todos deveriam fazer. A raiva pode se transformar num grande inimigo quando utilizado de forma incorreta. Pode-se destruir uma família assim e por isso ando me controlando. Infelizmente, nem todos pensam assim e parecem ter a necessidade crônica de acabar com os dias de outras pessoas. Isso aconteceu e me aborreceu muito. Espero que esse infeliz sofra bastante, mas isso é outro caso. O mote do texto é que devemos nos colocar no lugar dos outros antes de fazer ou dizer algo que possa magoar. Somos criaturas que vivemos em comunidade e isso leva a uma obrigação no quesito compreensão. Não havendo isso, dependendo do grau de poder do indivíduo, pode-se chegar naquela balbúrdia que é o Oriente Médio. Então, que tal usarmos essa massa cinzenta pesada que possuímos dentro do crânio pra pensar um pouco nisso?

Ps.: minha mulher vai rir desse texto...