29 agosto, 2006

Testando postagem?

08 agosto, 2006

Ter é fácil, o difícil é ser.

Na sociedade consumista que vivemos, nascemos e somos criados de forma que primeiro vem o “eu” depois vem o outro. Infelizmente isso faz parte da situação humana ocidental e mudar é algo pra mais algumas centenas de anos. Sim, é verdade, mas pra que eu estou falando nisso? É óbvio e tirar o meu da reta é hipocrisia. Todo mundo fala em distribuição de renda e a grande maioria pensa numa “Revolução Francesa” com políticos queimando na fogueira, ricos tendo seus bens divididos entre os pobres enquanto eu fico aqui vendo tudo pela televisão... Eu também sou consumista, também compro e gosto de comprar e não faço caridade. Acho “bonito” quando pessoas vão pra TV e pedem doações para o “Criança Esperança” ou para o “Fome Zero”. Mas será que é isso mesmo que o povo precisa? Será que toda essa infra-estrutura não poderia ser usada num fim mais educacional, por exemplo?
Eu poderia ficar enumerando diversas formas utópicas de mudanças que transformariam o Brasil num país mais legal e blá, blá, blá... Não tem truque, não tem magia que mude o país de uma hora para a outra, mas assista ao horário eleitoral e você verá que tudo parece muito simples. É só lembrar-se da última eleição, onde um ofereceu 8 milhões de empregos e o outro ofereceu 10 milhões, tipo um Banco Imobiliário onde tu podes oferecer 300 pratas pela Av. Rebouças e teu oponente pode oferecer 400 pratas e levar. Propaganda política é enganação, não adianta. E, infelizmente, a lei sobre propaganda enganosa não se aplica. Então, pode-se falar o que quiser, prometer o que quiser e mostrar o que quiser (com algumas ressalvas, afinal alguém andou tomando vergonha na cara e modificando a lei de controle da propaganda política). Isso sem contar o quanto é gasto só nas campanhas... De onde sai tanto dinheiro? Se eu faço uma doação pra determinado candidato vou querer algo em troca, concordas? Pois bem, é assim que acontece e a grande maioria, que não faz sua “gorda doação”, fica de lado.
Precisamos de programas de governo decentes e disponíveis para a população analisar. Por que não criar grupos de discussões nas associações de moradores, ou nas paróquias, que seja?! Pra que o povo tenha um mínimo de embasamento no ato do voto, afinal, pra um povo pobre e sofrido feito o nosso, uma cesta básica está de bom tamanho quando da eleição. Pelo menos ele terá o que comer naquele mês...
O povo precisa de conhecimento, mas aí caímos num problema: educar o povo é criar eleitores conscientes, e eleitores conscientes não são facilmente manipuláveis. Nem falo somente dos necessitados - conheço diversas pessoas consideradas “bem de vida” que tratam de política como quem trata de futebol: “Eu sou PPP!!! Eu sou PRTD!!! E por isso não posso pensar!!!”. O fanatismo prejudica, assim como no futebol. Não dá pra se basear numa doutrina antiga, como faz o PTB, afinal Getúlio Vargas está morto e tudo o que ele fez e pensava já se deturpou com o tempo. Assim como o PDT, onde Brizola mostrou-se revolucionário na década de 60 e depois mudou o discurso... O mundo é dos moderados e todos viraram moderados, vide o nosso presidente.
Voltando para a história inicial, acredito que as reformas de base, como redistribuição de renda e reforma agrária, são feitas com o tempo e, para isso, temos que votar em políticos que tenham como princípio essas lutas, assim como a educação. O povo precisa se educar para poder trabalhar! E não somente o segundo grau, um ensino profissionalizante que venha junto com o ensino médio, como era feito com maestria nas escolas técnicas (atuais CEFET’s). Milhões de reais são gastos no combate à violência.... Por que não investir em educação, evitando assim a alimentação do exército do tráfico? Bem, mas isso é papo pra outra postagem... O que queria dizer desde o início é: vamos trabalhar pra que as pessoas conheçam política e lidem com a política no dia a dia... Afinal, vivemos na “democracia?” mais perfeita do mundo... Tá bom....